Cupins

Filo: Arthropoda | Classe: Arachnida | Ordem: Isoptera

Ocorre em áreas de climas tropical e temperado. Há cerca de 2 mil espécies descritas, 250 delas presentes no Brasil pertencem a 3 famílias: Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae. São conhecidos mundialmente por termite, em latim, que significa “verme que rói a madeira”, no Brasil a palavra cupim é de origem Tupi. 

 
Descrição e Biologia
São espécies sociais, organizam-se em castas de indivíduos ápteros ou alados. A cabeça é livre, com forma e tamanho variáveis, as formas aladas geralmente com olhos, que são atrofiados nas ápteras. O aparelho bucal é do tipo mastigador e bem desenvolvido, principalmente nos soldados. O tórax é achatado e com protórax destacado dos demais segmentos. Apenas os cupins reprodutores apresentam 2 pares de asas membranosas, que possuem uma sutura basal que se rompe e destaca-se do corpo após a revoada. Vegetarianos, a alimentação varia conforme a espécie: madeira viva ou morta (vários estágios de decomposição); derivados de celulose (protozoário no sistema digestivo auxilia na digestão da celulose); herbáceas e gramíneas vivas; detritos vegetais e partes vegetais vivas; fezes de herbívoros e húmus. Uma característica comum a todas as espécies de cupins é a sensibilidade à luz. 
 
Os indivíduos são distribuídos em castas com diferentes morfologias, são adaptados ao trabalho que desempenham e vivem em ninhos, que podem ser construídos em diversos lugares. Existem, basicamente, 3 castas de indivíduos:
 
  • Alados: Destinados à reprodução e responsáveis pela formação de novas colônias. Em cada colônia há o casal real (reprodutores), a fêmea é a rainha, que sofre fisogastria e é responsável pela ovoposição, e o rei, que permanece junto à rainha, tem função de fecundá-la periodicamente. Em caso de morte ou doença de um dos reprodutores, os mesmos são substituídos pelos reprodutores de substituição;
  • Soldados: Responsáveis pela guarda do ninho e proteção dos demais indivíduos da colônia;
  • Operários: Casta mais numerosa da colônia e composta por indivíduos ápteros e estéreis, são responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia, como obtenção de alimento, construção, reparo, expansão, limpeza do ninho, etc…
 
Os operários são importantes para a regulagem social da comunidade, através da trofalaxe regurgitam alimento (alimento estomodeal) e secreção salivar ou fluído fecalóide. Essas substâncias, além de valor nutritivo, transportam feromônios reguladores do desenvolvimento social da colônia e também os protozoários necessários para a digestão de celulose. Outro papel importante dos operários é o saneamento da colônia, através da remoção de indivíduos doentes, mortos ou anômalos. Para isso, os operários podem devorar esses indivíduos ou sepultá-los nas paredes ou em outras câmaras da colônia.
 
Ciclo de Vida
Apresentam desenvolvimento incompleto, compreendendo as fases de ovo, ninfa e adulto. As ninfas sofrem ecdises até chegarem à forma adulta. É durante essa fase de desenvolvimento que será definida a “finalidade” da ninfa, ou seja, se transformarão em operários, soldados, reprodutores alados ou de reposição, de acordo com a necessidade da colônia. No último estágio, as ninfas podem desempenhar as funções dos operários.
 
 
PRINCIPAIS ESPÉCIES E DANOS
Os principais danos são nas estruturas de madeira, móveis e outros derivados de celulose como livros e papeis em geral. Os cupins que causam problemas no meio urbano são.
 
CUPIM DE MADEIRA SECA | Família Kalotermitidae e Cryptotermes brevis
Cupim de Solo

Habita áreas de climas subtropical e tropical, mesmo em regiões que apresentam inverno rigoroso. É uma espécie estritamente antropófila, sem registro de indivíduos encontrados em ambientes naturais. Fazem seus ninhos dentro dos moveis ou do madeiramento propriamente dito, e suas colônias são pequenas. 

Sinais de infestação: São bem discretos em infestações iniciais, porém o sinal mais típico é a presença de grânulos (resíduos fecais) amontoados e localizados abaixo dos orifícios de expulsão. Outra evidência, em caso de infestações com presença de colônias maduras, é a presença de asas espalhadas no recinto.

CUPINS SUBTERRÂNEOS | Família Rhinotermitidae | Gêneros Coptotermes e Heterotermes

Os cupins-subterrâneos alimentam-se de madeira e derivados de celulose. Vivem em ninhos que são construídos em locais ocultos no solo ou em cavidades, a umidade e ausência de luz são condições ideais. As colônias são consideravelmente grandes, compostas por milhares de indivíduos e, por conseqüência, o ninho expande-se muito com o aumento populacional. Exploram largamente o ambiente sempre à procura de novas fontes de alimento. A principal característica desses cupins é a construção de túneis de terra (composto por fezes), denominados túneis de forrageamento. Os soldados são utilizados para a identificação das espécies.

Cptotermes gestroii 

É a espécie de maior importância econômica no Brasil, representa um grande problema em áreas urbanas. Os soldados apresentam cabeça arredondada, de cor amarelo claro, com mandíbulas proeminentes e fontanela visível.

Heterotermes spp. 

São mais conhecidos como pragas de reflorestamento, mas também podem ocorrer em ambientes urbanos, em menor escala. Em São Paulo, já foram registrados casos (raros) de infestação. Sua cabeça é alongada e amarelada e a fontanela pouco visível.

Nasutitermes spp. 

Sua característica mais marcante é a cabeça do tipo nasuto (projetada anteriormente) e de coloração mais escura. Constrói ninhos arborícolas ou semi-arborícolas, e revestimento de material fecal (túnel de forrageamento), que pode ser confundido com um túnel construído pelo Coptotermes, a diferença é que o do Nasutitermes é de coloração mais escura e a infestação é mais aparente.

Sinais de infestação: Presença de túneis de forrageamento, comumente em batentes de portas, fundos de armários e guarda-roupas embutidos, caixas de luz, conduítes, dentre outros. 

CUPINS DE SOLO OU GRAMA | Família Termitidae

A cabeça é alongada e subretangular, de mandíbula longa e retorcida. Atacam as raízes de mudas de árvores, além das plantas adultas. Realizam galerias no sistema radicular, prejudicando a absorção e translocação de nutrientes.

Sinal de infestação: Presença de gramado amarelado.

CUPIM DE MONTÍCULO | Cornitermes cumulans

Os ninhos são em montículos, de formato variável, de 50 a 100 cm de altura. Apresentam uma câmara externa de terra, de 6 a 10 cm de espessura, cimentada com saliva e a câmara interna, de celulose e terra, menos dura e com galerias.

Existem controvérsias quanto aos danos causados por esses cupins, porém, em áreas urbanas, o problema está relacionado à estética e também ao fato de atraírem escorpiões, que se alimentam desses cupins, podendo assim provocar acidentes. 

Amitermes spp. 

Apresenta mandíbula longa e curva e cabeça com os lados levemente convexos.

Constroem ninhos arborícolas, alimentando-se da madeira.

Syntermes spp. 

Sua cabeça é trapezoidal de coloração avermelhada, com mandíbulas longas e robustas e fontanela visível.

Podem ser vistos ao amanhecer forrageando e cortando as pontas da grama, atacam também raízes de plantas, provocando seu ressecamento. O sinal de infestação é a presença de gramado amarelado. 

Esquema de Invasão por CUPINS Subterrãneos