Aranhas

Filo: Arthropoda | Classe: Arachnida | Ordem: Acarina

As aranhas são artrópodes e dividem-se em 3 subordens: Mygalomorphae, Araneomorphae e Mesothelae. As espécies mais importantes no Brasil pertencem aos gêneros Lycosa, Latrodectus, Loxosceles e Phoneutria, representadas pelas tarântulas ou aranhas-de-jardim, viúvas-negras, aranhas-marrons e armadeiras, respectivamente. Existem mais de 35 mil espécies de aranhas no mundo, dos mais variados tamanhos e grau de veneno, mas poucas causadoras de acidente. 

Descrição e Biologia

As aranhas variam muito de tamanho, a caranguejeira é a maior espécie, pode chegar a até 30 cm de comprimento. Habitam ambientes diversos, exceto lugares frios, inclusive áreas urbanas, o que facilita a ocorrência de acidentes. Existe apenas uma espécie aquática, Todas as espécies produzem veneno, que é indispensável para caça e digestão do alimento, são carnívoras e alimentam-se de insetos e pequenos invertebrados; algumas espécies de caranguejeiras da Amazônia são capazes de predar roedores e pequenos pássaros.
 
Seu corpo é dividido em cefalotórax (prossoma) e abdome (opistossoma). Na região frontal do cefalotórax existe um par de palpos (semelhante às pernas, porém menores), que possui função sensorial e de manipulação de alimento; um par de quelíceras que carrega os ferrões entre os palpos (utilizados para inoculação do veneno) e 4 pares de patas, não possui antenas. Podem possuir até 8 olhos simples, porém esse número pode variar (para menos) de acordo com a espécie. Também apresentam dimorfismo sexual, machos e fêmeas são diferentes, as fêmeas são sempre maiores. 
 
Ciclo de Vida
A reprodução das aranhas é sexuada. Apresentam dimorfismo sexual e presença de bulbo copulador nos machos (localizado nas extremidades dos pedipalpos). Os ovos são fertilizados no momento da postura e ficam armazenados numa espécie de bolsa elaborada com fios de seda, denominada ooteca. A fêmea permanece junto à ooteca até o momento da eclosão. Em muitas espécies, após a eclosão dos ovos, os filhotes permanecem no dorso da mãe até sofrerem a primeira ecdise. As aranhas sofrem ecdises durante seu desenvolvimento até chegarem à maturidade, e algumas fêmeas de caranguejeiras sofrem ecdise anualmente, mesmo depois de adultas. O tempo de vida varia para cada espécie, desde alguns meses até alguns anos.
 
PRINCIPAIS ESPÉCIES E DANOS
Os danos mais graves ao ser humano estão relacionados à picadas, principalmente provocadas por aranhas-marrons. O Brasil possui quatro principais tipos de aranhas venenosas, classificadas como de interesse médico, e a soroterapia é ministrada como antídoto à picada. As aranhas de teia e as caranguejeiras não representam tanto perigo ao homem, as primeiras, por não provocarem acidentes, não serão descritas a seguir. Porém, vale citar que elas possuem hábitos sedentários, permanecem em sua teia que serve de armadilha para captura de alimento, já que seu veneno tem pouca potência.
ARANHA CARANGUEJEIRA | Acanthoscurria geniculata

As caranguejeiras são as maiores da ordem, podendo chegar a 30 cm de envergadura. Habitam ambientes diversos. Seu veneno é pouco potente e não são agressivas, assumindo postura defensiva apenas se molestada. Seu interesse médico está relacionado aos pelos que recobrem seu corpo e são liberados no ar ao sentirem-se ameaçadas, formando uma espécie de nuvem que pode provocar alergia e grande irritação no trato respiratório, muitas vezes causando sensação de asfixia.

ARANHA ARMADEIRA | Phoneutria sp

São as mais agressivas. Apresentam coloração acinzentada ou castanho-escura, com pares de manchas ao longo do dorso do abdome. Chega a 17 cm de envergadura e salta a uma distância de até 40 cm. Não fazem teia. Seu ataque é feroz, desferindo várias picadas seguidas e injetando veneno em cada uma. Habitam vários ambientes, inclusive residências. 

ARANHA de JARDIM ou TARÂNTULA | Lycosa sp

Chega a 5 cm de envergadura. Possui coloração acinzentada com mancha negra em forma de seta no dorso do abdome e seu veneno é pouco potente. De hábitos diurnos, vive próximo à residências e piscinas, em jardins e pastos, o que facilita acidentes. As fêmeas carregam a ooteca presa ao abdome.

VIÚVA NEGRA | Latrodectus sp

Possui coloração preta com mancha vermelha no abdome. A fêmea mede de 2,5 cm a 3 cm e o macho apenas alguns milímetros. Seu nome advém do fato da fêmea, na maioria das vezes, devorar o macho após o acasalamento. Vive em teias que constrói sob vegetação rasteira, arbustos e barrancos e, embora cada uma viva em sua própria teia, é comum formar-se um aglomerado. Em geral, seu veneno é extremamente potente e mortal. A espécie brasileira não oferece perigo aos seres humanos, tanto que não se produz soro para este tipo de acidente no país. 

ARANHA MARROM | Loxosceles sp

Possui cefalotórax mais achatado. De tamanho pequeno, não ultrapassa 2,5 cm de envergadura, com pequena presença de pelos e sua coloração é castanha. Tem hábitos noturnos e são muito comuns dentro de residências, escondendo-se atrás de quadros, móveis, entre as roupas usadas (principalmente nos lugares mais suados e com odor mais forte). Não faz teia, mas forra seu abrigo com um tapete pegajoso de seda.

 

A aranha-marrom é conhecida por causar os piores envenenamentos, já que seu veneno destrói as células sangüíneas, destruindo tecidos e provocando necrose. Como seu veneno tem efeito anestésico, a vítima só se dá conta e procura ajuda médica com os sintomas já avançados.